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A recuperação de um sonho

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 23 de out. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 16 de nov. de 2018

Marcos Lima, mergulhador profissional, teve a carreira interrompida após um grave acidente


Marcos Antonio de Lima Júnior, 23 anos, é um mergulhador, que trabalhava na empresa PE Scuba, na Praia de Porto de Galinhas. Marcos sempre foi apaixonado pelo mar. "Fiz o primeiro mergulho por conta do meu cunhado, que é dono de uma operadora de mergulho. Fui com meu primo para ver como era. Foi aí o meu “batismo”. Nunca tinha mergulhado antes, e me apaixonei mesmo pelo mergulho", conta.


Mas praticar o Mergulho Autônomo (ou de cilindro) não é tão simples como jogar uma partida de futebol, ou correr na praia. Além dos equipamentos necessários, que são caros, é preciso um preparo antes de entrar na água, mesmo que o mergulho seja apenas recreativo. Para se tornar um profissional no ramo é preciso passar por uma grande preparação.


"Fiz vários testes para trabalhar mesmo como profissional. Sou da categoria “Dive Master” e olhe que só estou na metade da carreira de mergulhador. Primeiro fiz um curso, depois mais três especializações, depois o segundo curso, com mais quatro especializações e, só após o terceiro curso, virei “Dive Master”. Aí comecei a trabalhar como mergulhador. Porque só a partir dessa categoria que se pode começar a trabalhar com clientes, com pessoas sem experiência”, explica.

O mergulho pode ser dividido em duas grandes categorias: o Livre e o Autônomo. A diferença entre os dois é basicamente a forma que o mergulhador "respira" debaixo da água. A categoria Livre não usa equipamentos complexos para a reposição do ar, já a categoria Autônoma utiliza cilindros de oxigênio dando, assim, mais autonomia ao mergulhador no tempo que ele está debaixo d'água.

Desde 2015 Marcos não larga o mergulho. Em 2016, começou os cursos de profissionalização como mergulhador. "Trabalhava no restaurante do meu tio e também fazia corrida como Uber. Mas, depois que entrei na PE Scuba, não podia mais trabalhar no restaurante, ou como motorista. Não tinha tempo. Me dedicava exclusivamente ao mergulho e à faculdade de arquitetura," diz.


Mesmo tendo amor ao que faz, a vida de um mergulhador não é só feita de lindas paisagens submarinas. Porto de Galinhas, embora com uma beleza natural rica, o turismo aquático da região não é tão rentável quanto aparenta ser. "Porto de Galinhas tem o mergulho mais barato do Brasil. No Recife, um "batismo" sai por 400, 500 reais. Em Porto, o mesmo mergulho sai, em média, 80 reais. Além disso, ainda tem a mudança da água. No inverno a água muda porque tem muito vento, corrente e a água fica turva. Então a gente tenta tirar tudo o que pode no verão, porque sabe que no inverno o movimento vai ser baixo", explica.



ACIDENTE

A carreira profissional de Marcos, que havia começado no final de 2017, foi interrompida inesperadamente. No dia 4 de junho de 2018, em uma das muitas viagens de moto para o Recife, a propósito de comprar um regulador de cilindros, o jovem se envolveu em um acidente de trânsito.


"Disseram que eu morri e voltei à vida. Me encontraram sem batimentos cardíacos. Não lembro de nada do acidente. Tem hora que vem uns flashes na minha mente, mas não sei se são realmente lembranças. Só lembro de acordar com muita dor, e de não saber onde estava", contou.


O mergulhador passava pela Rota do Atlântico quando foi fechado por um motorista e colidiu com o carro. No acidente, Marcos quebrou e rompeu todos os ligamentos do joelho e quebrou a tíbia. Ele precisou colocar sete parafusos e uma placa de aço na perna direita. Durante a recuperação, Marcos foi obrigado a parar de trabalhar e de estudar.


''Fiquei muito magro. Perdi 13 quilos e recuperei só cinco até agora. Tive que por pinos e uma placa permanentes. Na época do acidente, morava sozinho, conseguia me manter e tudo. Era independente. Hoje estou morando de favor na casa da minha irmã, que está me ajudando muito. Graças a Deus estou me recuperando bem", diz.



VOLTA À ATIVA


Após a cirurgia, o mergulhador recebeu uma previsão para voltar às águas. A fisioterapeuta Jeselly Tenório contou que levaria seis meses para o mergulhador voltar a fazer o que mais ama: mergulhar. Com quatro meses de recuperação, Marcos já anda normalmente, está liberado para correr e até jogar Futebol - outro esporte pelo qual é apaixonado. Ele inclusive voltou a trabalhar como motorista de aplicativo. Mas, para voltar ao fundo do mar, ainda terá que aguardar mais um pouco.

"Minha médica deu uma previsão de seis meses para eu voltar. Quando estamos em gravidade zero dentro da água, temos risco de torcer o joelho quando ele está bom, imagina após romper todos os ligamentos. Até já cheguei a voltar à base de mergulho, não entrei na água ainda porque senti muito medo de uma lesão mais grave e de nunca mais poder voltar a mergulhar", contou.


 

por Vinicius Rocha

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