Inclusão, diversão e bem-estar através da dança
- Admin
- 22 de out. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 7 de dez. de 2018
A empresa FitDance busca tornar a vida das pessoas mais feliz por meio de um canal online de dança
Segundo o artigo "A dança e sua característica sagrada" de Marta Claus Magalhães, a dança é uma arte nascida dos primeiros registros de expressões corporais, que datam de 14 mil anos atrás. Na Grécia antiga, estava ligada aos Jogos Olímpicos, sempre caracterizada por música e movimentos do corpo. Pode ser vista como manifestação artística, diversão, cerimônia, celebração e, mais recentemente, como modo de se exercitar. Esportes como a Ginástica Rítmica misturam movimentos técnicos com a dança, assim como o balé e até o nado sincronizado.

Movimentar o corpo no compasso de uma música pode parecer fácil, mas requer coordenação, flexibilidade e fôlego, além de criatividade para coreografar os passos. Com a cultura do pop funk crescendo no Brasil, vários hits envolventes como “Metralhadora”, da Banda Vingadora, e “BumBum TamTam”, do MC Fioti, caíram no gosto do público. Essas músicas conseguiram sucesso não só pela batida, mas também por causa de um canal de coreografias no YouTube.
Com mais de três bilhões de visualizações por ano, e 13 bilhões de seguidores em seis canais diferentes, a FitDance vem ganhando espaço na vida dos brasileiros. Com o conceito de diversão, felicidade e bem-estar através da dança, a prática tanto artística quanto esportiva é a escolhida por pessoas de várias idades. “Sinto que não estou sendo tão sedentária e que, mesmo não sendo um esporte frequente, ajuda no meu condicionamento”, comenta a estudante Giovana Melo. O nome “Fit” no caso da dança é no sentido do termo que, em inglês, significa "encaixar". “A gente acredita que a dança se encaixa na vida de qualquer pessoa”, diz Fernanda Alencar, Líder e Coach da empresa.

O lado fitness e esportivo da dança não é o foco da empresa, apesar de ser um dos motivos pelos quais muitas pessoas a procuram. A proposta é levar diversão através dos canais no YouTube. “A FitDance está na moda. As pessoas veem uma maneira de se conectar em casa, no trabalho ou na academia”, relata Thalyson Melo, instrutor da equipe FitDance. Expressões como: “Mete dança”, “Fitdance neles” e“mexe com a gente” são utilizadas pelos seguidores da dança para se referir à modalidade. Apesar de presente em várias academias, a líder Fernanda Alencar ressalta que a empresa não tem e não pretende ter o intuito de exercitar, e sim de divertir.

As redes sociais permitem que seus usuários acessem conteúdos em qualquer lugar, principalmente no conforto de casa. Essa possibilidade de encontrar formas de se exercitar online fez com que mais pessoas entrassem na dança, aproveitando o crescimento da ideia de uma vida mais saudável. Atrelando esses dois fatores, é possível observar que não são todas as pessoas que têm tempo e/ou dinheiro para frequentar uma academia ou salão de dança. Por isso, os canais de coreografias são a escolha daqueles que preferem ou só podem se exercitar em casa. Julia Molinari é um exemplo: “já fiz algumas vezes em academia, mas o horário não bate com minha rotina e, depois que mudei de academia, não tinha especificamente FitDance, só outro tipo de dança”, explica a estudante.
O canal da empresa FitDance não é o único que oferece coreografias de dança com intuito de ensinar e divertir. O professor de dança Daniel Saboya, por exemplo, abastece seu canal do YouTube com vídeos de dança. Nos Estados Unidos, a professora Jessica Bass promove em seu canal, Dance Fitness with Jessica, movimentos que exercitam todos os músculos do corpo. O que diferencia essa empresa das outras é que ela age localmente. Em Pernambuco, por exemplo, já são mais de 150 instrutores. Ou seja, pessoas que fizeram cursos, foram aprovados e pagam a licença de uso da marca FitDance.“Existem encontros semanais para todos os instrutores e, assim, estamos nos capacitando constantemente e fornecendo o melhor para os nossos alunos.”, conta a instrutora Ana Gabriela Tavares.
Inclusão e superação
A FitDance tem uma infinidade de coreografias, se adequando para cada turma em suas habilidades e limitações. Os professores são instruídos para facilitar as coreografias de forma que todos possam executá-las. “É uma prática inclusiva. Primeiro que a ideia é que o aluno consiga executar as aulas e coreografias de maneira correta, se divertir e ser feliz através da dança. Na academia que trabalho existem alunos com deficiência, alunos com dificuldades motoras, e que conseguem se sentir realizados dentro dessa aula”, afirma Marina Soares, instrutora.

Por uma questão de maturação de desenvolvimento psicomotor, a FitDance criou um programa de aulas específico para crianças, com dinâmicas e conteúdos musicais adequados. O curso foi criado durante um ano com auxílio de pedagogos, psicólogos, pediatras e profissionais do universo infantil. Assim, as aulas têm crescido em todo país. A FitDance Kids atende às necessidades de crianças dos 5 aos 8 anos; A FitDance Teen dos 9 aos 13 anos e a FitDance Classic a partir dos 14 anos, sem nenhuma restrição de idade. “Nos eventos vemos ainda mais força da comunidade, tanta gente diferente, de lugares diferentes, condições sociais diferentes, vidas e oportunidades diferentes, todas unidas e dançando a mesma dança”, revela a instrutora Ana Gabriela.
O desenvolvimento da expressão corporal na infância é algo importante. Através da dança a criança aprende uma conscientização do próprio corpo, dos seus movimentos, das possibilidades e limitações, podendo ainda desenvolver a interação social e maior autoconfiança. “A dança é minha vida. É alegria e diversão. Sinto meu coração batendo forte quando subo no palco. É uma emoção", conta Ana Veras, 8 anos.
A dança é uma prática de baixo impacto, permitindo assim o desenvolvimento dos idosos na modalidade. As pessoas da terceira idade que se exercitam são estimuladas a interagir e a dança possibilita a formação de novas amizades, inclusão social e principalmente o resgate da família. Maria de Fátima Holanda, de 65 anos, pratica FitDance. “Isso me dá novas oportunidades, ajuda na socialização, além de desenvolver a parte física e mental. Hoje sou uma pessoa muito mais ativa por causa da dança, ela me traz alegria e juventude”, relata a aposentada.

por Andréa do Monte e Beatriz Fontes
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