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A superação dos familiares que apoiam os jovens iniciantes no esporte

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 6 de dez. de 2018
  • 3 min de leitura

A partir da prática esportiva, os familiares percebem os resultados alcançados, como o resgate da autoestima e a transformação de crianças e adolescentes no meio social.


A atividade física mobiliza e transforma culturalmente as pessoas, tanto quem trabalha, quanto quem pratica esportes. A autoestima, a disciplina e a independência são resultados nítidos, percebidos pelos pais e avós dos atletas e paratletas mirins. As mães tem papel fundamental, já que se deslocam, na maioria das vezes, com os filhos para os centros de treinamentos e fazem o acompanhamento da rotina de seus filhos.

João Samuel Pinto, Carla da Silva, Eduarda da Silva.

Quando se trata da torcida por seus filhos, os pais são os primeiros a entrarem na fila, onde acabam se desdobrando entre as atividades da casa, o trabalho e, principalmente, na hora de acompanhá-los nos treinos e campeonatos. “Nem sempre é fácil, mas vale a pena ver os resultados”, garante Paula Delgado, mãe de Caio (8), Théu (6) e Liz (3). “Sempre os coloco para praticarem algum esporte, seja natação, judô, futebol ou até o atual treino funcional para crianças. Eles queimam energia e voltam super felizes para casa. Eu tento arrumar um tempo para dar conta da vida profissional e familiar e para isso conto com a minha secretária do lar e meu esposo”.


A aposentada Ana Neves incentiva o neto Ermanis Neves de 17 anos no Basquete. “Ele começou na escolinha do Náutico e depois ganhou uma bolsa de estudos para uma escola particular através do esporte e eu acompanho no que posso quando tem campeonato”, afirmou. Além de acompanhar a carreira e os estudos do neto, investe também na vestimenta do atleta. “É tênis, calção, camisa e outras coisinhas, mas avó é pra mimar mesmo (risos), avó é para estragar os netos e os pais que eduquem (mais risos)”, ironizou Ana.

Ana Neves e Ermanis Neves

A paratleta Rosinete Nascimento de 36 anos, deficiente intelectual, revela que a presença e o apoio da família são muito importantes para a superação dos obstáculos. Atualmente pratica atletismo e está superando suas metas. “Se minha mãe não me acompanhasse talvez não estivesse aqui hoje”, afirmou.


Rosinete Nascimento

Um bom exemplo de união é o de Carla da Silva, Maria Aparecida e Ana Lúcia Farias, mães de paratletas. Elas cuidam uma das outras com carinho e dedicação e quando uma não pode levar seu filho ao treino, outra se habilita. Essa união é uma forma de superação e luta, já que muitas vezes os companheiros às abandonam e acabam sozinhas para cuidar dos filhos, principalmente as mães de crianças com limitações ou deficiências.

Mães reunidas com o professor Hamilton no Parque Santos Dumont

As mães dos paratletas são de bairros de baixa renda, localizados em Jaboatão dos Guararapes e na cidade do Recife. O grupo de mães se encontra no Parque Santos Dumont com seus filhos, pelo menos duas vezes por semana, para acompanhar os treinos. Carla da Silva, mãe de Eduarda da silva de 11 anos, deficiente intelectual e corredora velocista mirim, sempre leva sua filha aos encontros e, também, Silvana Soares de 14 anos, que possui deficiência intelectual e é saltadora, pois sua mãe não pode leva-la, por causa do trabalho. “Nos unimos porque como uma não pode, a outra dá uma força. O importante é que nossos filhos se desenvolvam. É tanto carinho entre todos que eles chegam a me chamar de mãe também”, afirmou Carla.


Quem fica responsável pela união dos atletas é o professor Hamilton César, um descobridor de talentos que revelou paratletas no Tênis de Mesa e no Parabadmintom. Com muito esforço e jogo de cintura consegue investimento para levar seus atletas especiais aos campeonatos, isso com a ajuda dos pais. Hamilton treina atletismo com as crianças no Parque Santos Dumont. “Os pais são de baixa renda, mas juntos conseguimos o necessário. Um pouquinho aqui e uma cota ali, conseguimos dinheiro para o transporte e, a estadia é em escolas que cedem o espaço”. O professor da rede municipal ensina Educação Física para crianças e jovens, o que resulta no resgate da autoestima das crianças e das mães dos paratletas.

Ana Lúcia Farias e Elaine Farias

Ana Lúcia Farias, mãe de Elaine Farias de 12 anos, nascida com deficiência intelectual, se impressionou com a mudança da jovem que antes do esporte era de uma personalidade tímida e introspectiva. “Ela não falava quase nada, depois que começou a praticar o esporte, vejo minha filha se expressando e falando. É quase um milagre o que esse homem consegue fazer com essas crianças”. Ana Lúcia atribui ao professor Hamilton a transformação da filha. “No início ele insistia para ela participar dos exercícios. Eu achava que não ia dá em nada, me surpreendi com o resultado e agradeço muito, primeiro a Deus e segundo ao professor, que é de fibra”.

 

por Ernani Neves

 
 
 

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