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Caro Navegante do ciberespaço

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    Admin
  • 6 de dez. de 2018
  • 2 min de leitura

Escrevo pensamentos cibernéticos, pois assim a modernidade me permite. Escrevo em linhas digitais no mundo on line e agitado do imediatismo, da ultra velocidade, do ao vivo e da live. Neste ambiente em que tudo pode ser publicado, indexado e postado em um terço do segundo. Não tem a possibilidade de avaliação, de espera vou rever, de medir as consequências. Pessoas assumem identidades virtuais para o bem ou para o mal, ou ambos os lados, achando está em terra sem xerife e o tiroteio magnético rompe fronteiras e a barreira da língua eletrônica.


O Caro Navegante do ciberespaço deve estar se perguntado: - sim! E daí, o que você que dizer com isso? Venho observar, sem direcionar, que neste mundo de resultados velozes, não reflete no mundo real. No mundo ao qual pisamos, sentimos, respiramos e tocamos. Nós mortais adquirimos a ansiedade e o imediatismo dos resultados virtuais e esquecemos como as coisas são lentas e parcimoniosamente devagar, se não digo esquecidas no tempo.


Lembro-me de ter passado recentemente por episódios de epifania coletiva nos bares, praças, nas ruas e nos lares em frente da tv e da imagem plasmática do mundo virtual da informação cibernética, onde as pessoas vestiam roupas de tons de verde e amarelo, representando seu patriotismo e a confiança na vitória de seus atletas tanto na Copa do Mundo de 2014 como na Olimpíada do Rio em 2016, nos quais recebemos, mas não organizamos a casa devidamente e até hoje temos resquícios e prejuízos. Claro que estávamos tomados pela fé dos resultados obtidos nos Jogos Pan-americanos em que o Brasil tem representatividade por causa do infortúnio dos outros países participantes. Um país onde o incentivo ao esporte é impedido desde aos infantes, em que praças e escolas com quadra poliesportivas com qualidade e manutenção em dia são raras; Em que não dá condições de um atleta se desenvolver e viver de seu esporte, não facilita o patrocínio esportivo; não dá o apoio necessário ao desenvolvimento.


Não se cria um medalhista, um recordista com a velocidade do pensamento virtual, Caro Navegante. O pódio, há muito desejado, quando conquistado é com a extrema dedicação e esforço quase sobre humano. Também o que esperar de um país em que um profissional é demito, em menos de um mês, se não dá bons resultados nas primeiras rodadas do campeonato, em que a tática e técnica não tem tempo para ser implementada na cabeça do grupo. Grupo esse que encara uma realidade financeira desigual e caótica, em que salários atrasam e as pressões aumentam. A culpa é do professor? A culpa só pode ser do técnico que não sabe trabalhar direito, ou da diretoria que fez a escolha errada. Nesta celeuma organizada ou não, o grito e a violência ecoam e corre solta na busca por resultados reais, onde todos são culpados de não observar que para ter êxito, tem que ter estudo, preparo, técnica e dedicação além da própria sorte.

 

por Ernani Neves

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