Futebol de Praia e a falta de investimento
- Admin
- 6 de dez. de 2018
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O Futebol de Praia nasceu no Brasil, onde as pessoas se organizavam e jogavam futebol, só que na areia. Desde os anos 30 se joga futebol na praia, mas os campeonatos só vieram acontecer por volta da década de 60. Em 1993 aconteceu o primeiro campeonato oficial de seleções e entre os quatro países que participaram estão: Estados Unidos, Itália, Argentina e o Brasil, consagrado o vencedor.
A partir desse momento o esporte começou a crescer e no ano seguinte, em 1994, aconteceu a primeira copa do mundo da FIFA. Nos anos seguintes, foi se espalhando e desenvolvendo pela Ásia e ainda mais na Europa, onde começaram a surgir equipes e ligas organizadas, e eventualmente, um campeonato “Taça da Europa”.
Em 2004, a FIFA começou a investir no crescimento e no potencial do Futebol de Praia, assumindo como o principal organismo do esporte responsável pela organização dos campeonatos mundiais. O Brasil é o país que tem mais copas do mundo ganhas, sendo 14 delas.
No entanto, o esporte sofre com a falta de divulgação e espaço na mídia, muitas vezes, por parte dos próprios clubes, a partir da pouca divulgação em suas redes sociais.
Asheley Lopes, atleta, percebe que uma das maiores dificuldades que o Futebol de Praia enfrenta é a falta de incentivo à modalidade por não ser olímpica, no que diz respeito aos incentivos. "A gente luta muito, batalha há anos para que cheguem mais parceiros e a modalidade seja mais conhecida. Porque temos um grupo muito grande de atletas. Na seleção Brasileira de 10 atletas, 7 são do Nordeste, aí você vê a qualidade que nós temos. Temos treinadores e jogadores de grande nível na Europa".
Na final do Pernambucano, na Arena Sesc, localizada em Candeias, a praia estava lotada por causa dos diversos eventos a serem realizados. Na final entre Náutico e Sport, o Náutico venceu por 6 a 2, o que não foi divulgado pela mídia e nem mesmo, postado nas redes sociais do clube. Havia torcida dos dois times, contou com um grande público e resultou em uma grande festa.
O cenário do futebol de praia pernambucano para Asheley Lopes deixa muito a desejar. "Pernambuco sempre teve atletas na seleção Brasileira, começou com Marcos Du Valle, Fernando DDI, Du Alves, Ricardo Xavier, Filipe Silva e os campeonatos eram disputados com o campeonato brasileiro de seleções. Cada estado tinha um time, ou seja, a seleção de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, entre outros, mas hoje em dia como o Futebol de Praia se tornou um evento padrão FIFA, ficou igual ao futebol de campo, mas sem o mesmo investimento”.
Filipe Silva, jogador, pontua a falta de organização como um dos problemas a serem enfrentados. “O Futebol de Praia não tem calendário. É isso que falta para o esporte crescer no país. Se tiver Calendário os grandes clubes vão chegar e investir no futebol de areia e a mídia vai divulgar mais. Isso ajudaria muito no crescimento do esporte”.
Asheley Lopes explica como funciona o campeonato no Futebol de Praia. "O time vencedor do Campeonato Pernambucano ganha uma vaga para a copa do Nordeste, onde os três ou quatro melhores vão para a copa do Brasil e de lá que se arranja uma vaga na Libertadores da América. Atualmente tem três jogadores na seleção Brasileira e dois na seleção sub 20".
Hoje em dia muitos jogadores se dedicam exclusivamente ao Futebol de Praia, jogando o campeonato local. Já na Europa, em termos de competição, está com uma organização bem à frente do Brasil, onde os campeonatos duram de dois a três meses. Com a Confederação de Beach Soccer no Brasil, existe uma chance do esporte começar a se organizar.
por Victor Tadeu
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