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Prancha de Surf: Objeto voador não identificado

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 21 de out. de 2018
  • 2 min de leitura

Um dia me chamaram para surfar e, e como apreciadora de praias e ondas, decidi que seria uma boa ideia. O que ninguém te conta, amigo, é que não é fácil esse negócio de ficar em cima da prancha... Chegando à praia estranhei a quantidade de pessoas na água em plena quarta-feira, mas quem sou eu para julgá-las? Afinal, esse tal de surf deve ser massa, ao menos é o que dizem por aí. Olho para os meus acompanhantes buscando algum sinal do que fazer, por que estou mais perdida que cego em tiroteio. Eles se alongam e entram no mar. Ainda muda e simplesmente seguindo o movimento dos outros, deito na prancha e começo a remar. Quer saber outra coisa que ninguém te conta? Remar em uma prancha - definitivamente - não é igual a nadar crawl.


Alguns milênios depois, chegamos numa altura "boa" para "pegar onda". Mais uma vez, vossa querida narradora se encontra perdidinha da Silva. Segundo meus acompanhantes, o próximo passo seria sentar na prancha. Ok, isso aí não deve ser tão difícil, certo? ERRADO. Nas primeiras mil tentativas o objeto flutuante fez uma coisa para a qual não foi projetado, como assim? Toda vez que eu sentava na bendita ela voava.


Vendo meus amigos ficarem de pé na prancha me bateu uma vontade de conseguir esse negócio também. Onda vai, onda vem, onda vai, nessa eu vou. Vocês acreditam que eu inventei de pegar a onda mais difícil dos sete mares? Juro que ela tinha pelo menos cinco metros, dava para entrar no livro dos recordes. Não acredita? Pois tenho sequelas do caldo que levei até hoje. É claro que não consegui remar para pegar o tempo da onda, é claro que tentei ficar de pé na hora errada, e é claro que a prancha voadora fez o seu papel. Dei cambalhotas como uma acrobata e apareci na superfície igual a um monstro medieval com o cabelo de Alceu Valença na década de 70.


Após algumas horas de sofrimento e tortura dentro d'água, concordamos que seria melhor sair do mar. No carro é que se recapitula todos os acontecimentos da praia. Confirmando meu papel de boba da corte do dia, minha prancha voadora foi o assunto da semana. Quero te contar ainda outra coisa que muita gente deixou de contar: coca-cola depois de uma tarde no mar para a garganta é que nem colírio para os olhos. Depois dessa saga fui deixada em minha casa, e só posso dizer que cheguei lá destruída, morta, entregue às baratas. No outro dia de manhã recebo uma mensagem em meu celular, de um daqueles amigos que teve a ideia de Jerico de me chamar para surfar. A mensagem dizia: "tudo bem? Quando vamos surfar de novo?”... Respondi sem nem pensar duas vezes: "tô livre esse fim de semana".

 

por Beatriz Fontes

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